20100828
20100813
Ruy Duarte de Carvalho
Ruy Duarte de Carvalho sonhou uma nação sem hierarquias, em que as características fenotípicas não tivessem qualquer valor. Foi consequente nesse sonho. Até ao fim.
A sua Obra, dificilmente classificável (misto de artes plásticas, cinematografia e etnopoesia, com carga metadiscursiva de contornos autoficcionais), permanecerá como um repositório de conhecimento transversal, para os vindouros (assim se queiram eles interessar...).
Morreu.
Depois dele, quem fará a transumância? Agora, quem irá visitar pastores?
20100803
«Os poderes da Rainha de Inglaterra»
O problema do Procurador-Geral da República não é o de ter os "poderes da Rainha de Inglaterra" (tomara ele!!).
O quadro jurídico-constitucional e estatutário do PGR, quando ele foi nomeado para o cargo, era o que existe hoje: os poderes eram os mesmos. Mas a assunção do cargo foi logo vista como uma maneira de pôr o Ministério Público na ordem. As alterações "cirúrgicas" que foram feitas no Estatuto do Ministério Público foram (atabalhoadamente, é certo!) feitas com o propósito de reforçar os poderes do PGR.
Ele, que logo no início do seu mandato, vociferou contra o "feudalismo" do Ministério Público, parece nada ter contribuído para inverter essa situação.
É curioso que ainda em Março, defendia este modelo, e, portanto, também os «seus poderes». Nunca até hoje, nenhum dos anteriores Procuradores Gerais questionou os seus poderes.
Agora, insurge-se contra os magistrados do DCIAP que proferiram o despacho do processo Freeport e contra o Sindicato do MP.
Os primeiros são, inequivocamente, magistrados dependentes dele próprio. Se algo fizeram com ele não concorda, compete-lhe proceder em conformidade; não lançar insinuações e demarcar-se da sua prestação.
Quanto ao Sindicato, o que diz, é, francamente, tão subjectivo, que não merece comentário.
O PGR é - para o melhor e para o pior - o primeiro responsável pelo Ministério Público (tarefa que parece não ter interiorizado do modo mais adequado, a avaliar pela esquizofrenia com que se distancia daquilo que é precipitadamente interpretado como "falhas", "ineficácias" e "incompetências" do Ministério Público).
Esperava-se, ao menos, que ao PGR competiria tudo, menos contribuir para descredibilizar o Ministério Público e a Justiça. O que vem fazendo com assinalável eficiência.
Manter-se no cargo, depois disto, vai ser muito complicado.
O quadro jurídico-constitucional e estatutário do PGR, quando ele foi nomeado para o cargo, era o que existe hoje: os poderes eram os mesmos. Mas a assunção do cargo foi logo vista como uma maneira de pôr o Ministério Público na ordem. As alterações "cirúrgicas" que foram feitas no Estatuto do Ministério Público foram (atabalhoadamente, é certo!) feitas com o propósito de reforçar os poderes do PGR.
Ele, que logo no início do seu mandato, vociferou contra o "feudalismo" do Ministério Público, parece nada ter contribuído para inverter essa situação.
É curioso que ainda em Março, defendia este modelo, e, portanto, também os «seus poderes». Nunca até hoje, nenhum dos anteriores Procuradores Gerais questionou os seus poderes.
Agora, insurge-se contra os magistrados do DCIAP que proferiram o despacho do processo Freeport e contra o Sindicato do MP.
Os primeiros são, inequivocamente, magistrados dependentes dele próprio. Se algo fizeram com ele não concorda, compete-lhe proceder em conformidade; não lançar insinuações e demarcar-se da sua prestação.
Quanto ao Sindicato, o que diz, é, francamente, tão subjectivo, que não merece comentário.
O PGR é - para o melhor e para o pior - o primeiro responsável pelo Ministério Público (tarefa que parece não ter interiorizado do modo mais adequado, a avaliar pela esquizofrenia com que se distancia daquilo que é precipitadamente interpretado como "falhas", "ineficácias" e "incompetências" do Ministério Público).
Esperava-se, ao menos, que ao PGR competiria tudo, menos contribuir para descredibilizar o Ministério Público e a Justiça. O que vem fazendo com assinalável eficiência.
Manter-se no cargo, depois disto, vai ser muito complicado.
20100801
A pátria de sarkozy...
...não é a da «liberdade, igualdade, fraternidade». Pelo menos, desta vez, a avaliar por isto (também aqui).
De novo, a «racaille» está nas ruas e protesta sem violência.
É claro que o problema da imigração ilegal deve ser equacionado e resolvido. Mas assim é que não. Anos e anos de embuste aos imigrantes, a alimentar-lhes (falsas?) expectativas, deveria redundar numa outra solução.
Sarkozy ainda não percebeu que não são os imigrantes que são ilegais (mas sim quem os trafica)?
De novo, a «racaille» está nas ruas e protesta sem violência.
É claro que o problema da imigração ilegal deve ser equacionado e resolvido. Mas assim é que não. Anos e anos de embuste aos imigrantes, a alimentar-lhes (falsas?) expectativas, deveria redundar numa outra solução.
Sarkozy ainda não percebeu que não são os imigrantes que são ilegais (mas sim quem os trafica)?
Subscrever:
Mensagens (Atom)