20080331
E ainda não é 1 de Abril - III
do JN on-line.
Bem me queria parecer que há uma devastadora falta de assessores de bom-senso* na DREN...
* Ia dizer "jurídicos"; - )
E ainda não é 1 de Abril - II
O progresso existente na Região, «é um trabalho notável, é uma conquista extraordinária, é uma obra ímpar e isso deve ser reconhecido».
«A Madeira é bem o exemplo com Democracia, com Autonomia, com a integração Europeia de um vasto e notável progresso no país».
«Mas toda esta obra historicamente tem um rosto e um nome e esse nome é o do presidente do Governo Regional da Madeira, a quem quero prestar uma homenagem, na diferença de posições, por esta obra e este resultado».
Ler mais no sol on-line.
Quem o diz não é Jaime Ramos (primeiro pensei que fosse engano).
É Jaime Gama. Desde 1992, quando era igual a «Bokassa», Jardim e a sua obra estão irreconhecíves. Houve uma estonteante evolução: foi proibida a inquisição e absteve-se do criticável costume de comer criancinhas.
20080330
José Eduardo Agualusa
As frases suicidárias de José Eduardo Agualusa podem valer-lhe o definitivo ostracismo perante a inteligentzia oficial angolana, que não lhe perdoará tamanha «heresia».
Com isso, o escritor subiu muitos pontos na minha irrelevante consideração. Pelo desassombro e, mesmo, pela coragem (inclusive física), que é necessário para afirmações dessas, em sítios desses.
Continuar a acompanhar a triste novela panegírica do regime no origem das especies.
O surrealismo serôdio que avança...
- Um "homem" (trnagender, trigerénero, trangender, como é qu´isto se escreve?) vai ser mãe;
- O governo diz que fez uns "investimentos" em off-shores.
- a professora "desautorizada" no Carolina Michäelis tinha autorizado os alunos a ouvir música nos telemóveis.
Mas o prémio vai para:
- a. joão jardim, a quem a fundação social-democrata da Madeira comprou a casa, para a transformar em casa-museu do próprio,
E ainda não é 1 de Abril...
Ainda não é 1 de Abril
20080328
Kampfumo, Maputo, Moçambique
P.S. A foto (de Pedro Sá da Bandeira) foi extraída do próprio blog. Lembra uma pintura de Edward Hooper (Nighthawks, c.1942).
Semi-adopção
O responsável do Observatório da Adopção, Guilherme de Oliveira é alguém que garante a excelência da reflexão e a qualidade da proposta.
Veremos se não é apenas mais um capítulo do capitulacionismo do Estado.
20080325
Wiriamu e as desculpas aos africanos
O actual Presidente Cavaco Silva deve ter decidido ter outras prioridades retóricas nas suas intervenções públicas em Moçambique. E fez bem.
As relações entre os povos são moldadas com o que de bem e de mal se fez antes. Mas, sobretudo, devem perspectivar o futuro.
Já noutro sítio aflorámos o tema das "desculpas aos africanos", sobre o que, muito haveria a dizer...
Wiriamu envergonha o grupo de militares que tenha praticado esses factos, e os seus superiores que os não sancionaram. Sem dúvida.
Mas, se alguém deve pedir desculpas, não deve ser o povo português, na pessoa do seu (mais alto) representante.
A "proletarização" dos advogados
Não significa que não se possa ou deva tentar cobrar os valores das coimas estradais em risco de prescrição.
O que está em causa é a forma. Uma solução de arremedo, em que as propaladas reformas e restruturações da Administração Pública não passam, afinal, de uma fraude.
20080324
Moçambicanização das boas expectativas...
"É preciso resolver os grandes problemas dos transportes públicos, rodoviários e aéreos, mas ainda não tenho a ideia do que vou fazer. Ainda é muito cedo."
(Paulo Zucula, Notícias de 12.03.08)
Na Escola Secundária Carolina Michaelis, Porto
Quero acreditar que o video é uma «simulação».
Excesso de cretinice de uma turma de jovens que se devem envergonhar do que fizeram.
Infelizmente, parece que esta atitude não foi reprovada por um energúmeno que diz ser presidente de uma proto confederação nacional de associações de pais (?)...
20080323
Prioridades de política criminal «altamente»
O Procurador-geral da República já avisou que nenhum jovem sairá ufano nem impune de uma "cena" dessas...Lembram-se?
Esse caso arrisca-se a ser um dos troféus que o PGR levará à AR quando tiver que prestar contas pela execução bienal das prioridades de política criminal.
Já agora, não sai outra Equipa Especial para investigar a «Violência escolar do dia do Porto»?
Era "altamente".
ministros que erraram a vocação
20080320
Definições
3.343
Ludwig Wittgenstein, Tratado Lógico-Filosófico.
20080319
Palavras para quê?
O excerto bem premonitório, como refere JPT, está no seu ma-schamba, para onde se remete:
“As tendências e as aspirações renovadoras e progressistas da época não tardam a confrontar-se com bloqueios cruzados, que provêm, quer do sistema político, quer da estrutura económico-social, quer da cultura burguesa, quer do campo intelectual propriamente dito. Vistos da perspectiva da intelligentsia nacional - uma perspectiva unilateral que essa mesma intelligentsia conseguirá transmutar ideologicamente, com grande efeito para a posteridade, em a perspectiva global -, os bloqueios induzem ao desânimo e à desistência, ou ao afastamento da acção prática, ou a complexos compromissos com a situação (de que a trajectória política de Oliveira Martins se tornará paradigma), ou ao enfileiramento no optimismo alternativo do movimento republicano.”
Augusto Santos Silva, “O Povo nos seus lugares. O clima moral da primeira etnografia portuguesa.”, Palavras Para Um País, Oeiras, Celta, 1997, p. 116
20080318
vital, o lente, strikes again
Mas cuidado. O que se prepara, de facto, é a "arremetida final" contra os funcionários da Administração Pública. Para já, vai ser a extinção de ADSE. Depois, virá o resto. O mullah omar do regime já ditou, uma vez mais de forma oracular, as regras do próximo round.
«Pela boca, morre o peixe»
Andará a fazer outras coisas desonestamente?
P.S.: em abono do rigor, as palavras de pinto de sousa foram mais exactamente as seguintes «fizemos tudo o que honestamente se pode pedir ao governo...», o que modifica um pouco o sentido da expressão (a versão electrónica da notícia da Lusa não reproduzia com fidelidade a declaração). Penitenciamo-nos pelo lapso induzido.
20080317
Globalização e Estado Providência
Causas fracturantes
Vale a pena ler Francisco José Viegas neste texto.
É por via desta absurda ausência de rumo e de sentido político-legislativo consistente (não encontro tão elevado desígnio nacional no programa eleitoral do ps), que, à falta de inspiração e de capacidade política para solucionar verdadeiros problemas nacionais, coisas como estas são exibidas como "causas fracturantes".
E mais: ponha-se o S. N. Saúde a extrair os perigosos piercings e a remover as tatuagens do corpo dos nossos jovens inconscientes.
Há lá coisa mais preocupante!
«Menos Estado, melhor Estado» (para alguns, sempre os mesmos)
Depois das eleições se verá...
Impressões de Fim-de-semana
Lamentável, o móbil, a organização e a retórica oficial, tão gasta e vazia. Continuar a dizer-se que «o país já estava há tempo demais sem andar para a frente» lembra o «parlamento dos jovens».
Uns idosos de classe média (privilegiada?), quase todos reformados e afastados dos problemas sociais concretos, arrebanhados pelo aparelho e diligentemente expedidos para um fim-de-semana no Porto, para aplaudirem a ministra da educação. Apenas com um lema subconsciente: «agora é a nossa vez...».
Patético.
P.S. : aliás, vi outra manifestação em que professores do ps se manifestavam contra a política governamental da ministra da educação. Terei visto bem?
Também vi a reportagem sobre Menezes na SIC notícias. Mostrou-se um homem banal, com todas as contradições dos tempos actuais. É um homem em crise, senão mesmo em ruptura. Uma família quase convencional, um estilo de vida corrente, uma atitude muito estudada. O almoço familiar de domingo no meio de um restaurante vulgar (mas de qualidade), com guardanapos de papel. A namorada diagnostica o verdadeiro problema para os críticos do partido: "É por ser um homem do Norte...".
Ora digam lá se, nestas condições, não apetece estar (e votar) na Madeira? Aí sim, comemoram-se 30-anos-30 (e não 3) de uma opção governativa político-partidária inequívoca, decidida e coerente, sem embustes nem discursos de plástico.
Goste-se, ou não, as coisas são o que são.
20080316
Adeus, Max
A minha homenagem a um homem que me habituei a ver como referência de afirmação de valores, de trabalho e de coerência.
20080315
Almoços grátis
Acredito que Pacheco Pereira rejeite este tipo de envolvimentos, mas quem não quer ser lobo, não se deve meter com lobos.
Ser Professor
"O Professor tem uma tríplice missão: científica, social e moral.
O primeiro dever do Professor é ser estudante, conjugar o verbo aprender.
A qualidade do Professor mede-se não pela ciência que possui, mas pela ciência que transmite e, sobretudo, pela ciência que desperta.
O professor é um civilizador: ensinar é obra de amor, mais do que cérebros".
Alceu Amoroso Lima
As multas e os advogados
Sem capacidade de resposta (?), por alegada falta de quadros (ou de noção das consequências das "reformas" que se vão fazendo), a dita Autoridade contratou advogados para tramitar os respectivos processos de contra-ordenação.
Sem falar já na eventual ilegalidade do procedimento (é discutível que um advogado possa preparar um processo com natureza sancionatória como é o contra-ordenacional, se não suspender, pelo menos, a inscrição), o que espanta neste processo todo é a facilidade da solução:
embora num contexto de proletarização da advocacia, a Ordem dos Advogados achar normal e patrocinar a «contratação» de advogados por junto para a tarefa em causa.
Estava convencido que a advocacia era uma profissão liberal...
«Islamofobia»
Ainda bem que avisam que entre as ofensas estão «(...) volumosos relatórios sobre discursos e acções alegadamente anti-islâmicos que terão ocorrido um pouco por todo o mundo, desde a publicação dos cartoons dinamarqueses sobre o profeta Maomé aos artigos de uma muçulmana da Somália em que esta afirmava que o Islão não concede direitos às mulheres».
O divertimento pode continuar a ser lido aqui.
Falaremos depois, se for o caso, de coisas sérias.
Mais "corrupção"
(...)
Segundo soube o SOL, o relatório desta equipa – coordenada por Teresa Almeida, magistrada da 9ª secção do DIAP de Lisboa – analisa também os motivos da morosidade de algumas investigações.
Entre outras coisas, chama a atenção para o facto de o Estatuto autonómico da Madeira, aprovado pela Assembleia da República, em Lisboa, dificultar o acesso da Justiça aos titulares de cargos politicos madeirenses.
Um dos exemplos dados é o da notificação do antigo líder do PS-Madeira, Jacinto Serrão, que esteve um ano para ser notificado para uma inquirição como testemunha, e em relação a quem o parlamento só autorizou responder por escrito.
O MP quer ouvir o ex-líder do PS-M por causa de denúncias feitas por ele publicamente, quando estava à frente da oposição naquela região autónoma».
No comments
Do Sol on-line de 14.3.2007
20080314
«Hooliganismo» pedagógico?
Os responsáveis do partido governamental estão apreensivos com as tentativas de condicionamento anti-democrático de uma reunião do p.s.
Espera-se que um dispositivo policial adequado possa dissuadir os confrontos anunciados ou «interromper» democraticamente uma manifestação não notificada (?).
Só acho irónico que o regime se louve num decreto-Lei de Vasco Gonçalves, para intimidar quem quer que seja...
20080313
A boa e a má corrupção
A boa é a praticada pelos clientes dele. A má é a outra.
Quando a corrupção é um pretexto, estamos esclarecidos, dr. Marinho...
20080312
Porreiro, pá!
20080311
A Corrupção «vende»
Apesar de tudo, o País não está a saque...
A corrupção autêntica, aquela que devia ser investigada a sério, nunca o será (falo dos negócios do Estado, do branqueamento, dos concursos públicos e de outras vergonhas que envolvem os partidos e seus figurões).
Não o será certamente com os votos pios de um qualquer CSMP, porque, à partida, está tudo «armadilhado». Não será investigada a sério porque, desde a conformação típica das incriminações, ao sistema processual de prevenção (inexistente) e combate (ineficaz) ao fenómeno, tudo vai, providencialmente, falhar.
Esse é que é o problema.
Novos pecados mortais
Não percebo bem quem comete estes dois últimos.
Espanto?
Qual é o espanto?
Confesso-me bastante mais espantado com os escribas que se «envergonham de pseudo-professores que não querem trabalhar, nem ser avaliados, e se prestam a ser soldados do partido comunista» (emídio rangel, ele mesmo).
O autismo contagia?
Há quatro anos, em Madrid
Aqui se homenageiam as vítimas
Fanáticos criminosos atacaram cidadãos indefesos nos trajectos ferroviários de Madrid.
Quatro anos depois do 11 de Março, de Madrid, o julgamento dos responsáveis em 1.ª instância está concluído. Trabalho notável da Polícia, Serciços secretos, do juiz Juan del Olmo e da Fiscalía.
Este facto deveria fazer-nos questionar a concepção da arquitectura do sistema jurídico e judiciário indígena.
20080310
Triste fado
"Quem semeia ventos, colhe tempestades".
20080307
polícias e ladrões
E pensava eu que os polícias deviam "andar atrás dos criminosos" do Porto (e de Lisboa, já agora)...
20080304
(In)seguranças
Corrupção, branqueamento e «branqueamento»
Não sei se o CSMP lhe dará razão.
É que o seu "plano integrado de combate à corrupção" pode ser um veículo para o branqueamento de muitas situações.
Há que ter todas as cautelas. Mas que é uma boa ideia, disso não há dúvida.
O crime, a Norte
20080303
Já só lhes falta isto
Notem bem, com o rumo que as coisas levam, só faltava esta.
Para já, era em França. Para quando num pc perto de si, caro professor?
A resposta aí está...
Mas, não justificam a constituição de uma «equipa especial».
Até ver.
Contabilidade eleitoral «pura e dura»
O lente de Coimbra não quer discutir o fundo das coisas. Já se percebeu. Foi assim nas Forças Armadas, na Saúde, na Justiça e, agora, na Educação.
Tudo o que possam ser contributos de discussão séria, não interessa, desde que contrariem os preconceitos maniqueístas do politburo "socrático".
Importa o fascínio por um monitor de pc (ou de portátil) com ligação às oportunidades (novas e velhas) de tecnologias, que são deus ex-machina, face à incapacidade de soluções e ao autismo político mais insolentemente arrogante a que Portugal já assistiu.
Expectativas legítimas
Pelo menos a avaliar pelo que disse o Gen. Leonel Carvalho do Gabinete Coordenador de Segurança.
Estará na forja mais uma "Equipa Especial"?
É claro que há coisas (muito) mais preocupantes...
«Os marginais perceberam que passaram a viver num sistema de impunidade total. Antes, quando se faziam detenções, as pessoas iam para a cadeia e ficavam em prisão preventiva a aguardar a realização do julgamento. Agora não.
Em Crimes com molduras penais até aos cinco anos de prisão, ficam em liberdade a aguardar julgamento", salientou o sindicalista.Esta sensação é muito frequente entre as forças de segurança. Outro elemento das forças de segurança sublinha ao DN que "nesses longos períodos em que ficam cá fora à espera de julgamento, continuam a praticar crimes".
Segundo António Ramos, "há pessoas que viram crimes serem cometidos e recusam ser testemunhas, porque têm medo, pois os suspeitos ficam em liberdade e podem-lhes fazer mal".
Com o novo código, "também mandaram para fora das cadeias muita gente que estava a aguardar julgamento em prisão preventiva. Tudo para não terem as prisões tão cheias. Isto acaba por fazer aumentar a criminalidade".
António Ramos lembra que "antigamente, quase ninguém matava ninguém. E a violência dos crimes está a aumentar. Até 2003, quando havia um assalto a um banco, isso era uma situação fora do normal. Agora, todos os dias são assaltados bancos".
"E também aumenta a agressividade contra as forças de segurança. Cada vez há mais casos em que tentam atropelar agentes. Em média, são agredidos três polícias por dia", diz o sindicalista.Além disso, "é cada vez mais fácil adquirir armas de fogo. Há redes organizadas para as venderem, nos bairros problemáticos, como na Cova da Moura (Amadora), e em Lisboa, junto da Praça do Comércio, na Mouraria e até na Rua Augusta. As armas vêm de outros países, até de ex-militares do Leste europeu que ficaram com armas e as vendem", explica o presidente do SPP.
Recorde-se, a propósito, que, no final de Fevereiro, Rui Sá Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, considerou o total de 6500 armas recolhidas em dois anos como «um sucesso muito importante», mas reconheceu não ser suficiente. Calcula-se que haverá 770 mil armas ilegais, número igual ao das legalizadas.
Por seu turno, o presidente do Observatório da Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo considerou ontem que os casos de criminalidade em Portugal são "pontuais", mas admitiu começarem a ser "repetitivos" e "mais violentos". O general Garcia Leandro disse à Lusa que a situação "não é de alarme", mas a população deve estar "atenta". Reconhece "um aumento da criminalidade nas áreas urbanas de Lisboa e Porto", apontando como causas a globalização, o tráfico de armas, máfias organizadas, problemas financeiros e sociais e as dificuldades de inclusão dos imigrantes.
Também o director do Gabinete Coordenador de Segurança, Leonel de Carvalho, reconheceu serem anormais estes crimes, mas disse à Lusa que a criminalidade em Portugal tem vindo a estabilizar desde 2003.»
Do DN on-line
20080302
Tiroteio no Porto
SIC
Só pode tratar-se de um resultado "proactivo" da Equipa Especial do Ministério Público que, desde Lisboa, acompanha a situação dos crimes da noite do Porto.
O "bruno pidá" está preso, não está?
20080301
Sapatos de pinho
Est(ar)á tudo dito (?).
Qual é o outro membro deste memorável governo que só usa sapatos prada?
Ana Benavente cai em desgraça?
Depois desta desassombrada posição de Ana Benavente (ex-Secretária de Estado da Educação) veio o futuro ex-secretário de Estado, da mesma coisa, Valter Lemos, deixar a extraordinária boutade de que foi no governo dela que tinha havido "piores resultados escolares da Europa [na Educação]".
Salvo erro, foi no governo em que era ministro o agora também ministro dos assuntos parlamentares, Augusto Santos Silva. E, se não me engano, também por lá andava o actual 1.º ministro. E como é que não acontece nada?
PJ-MP em rota de colisão, porquê?
Apesar desta notícia estar manifestamente exagerada, não deixa de ser preocupante.
Os problemas de articulação entre a PJ e o MP são resultantes de um equívoco originário e materializado na Lei de Organização da Investigação Criminal (Lei n.º 21/2000), onde se sobrepõem inexplicavelmente competências de uma e do outro.
O poder político nunca quis enfrentar o problema de caras, nomeando invariavelmente um magistrado como director nacional da PJ - para dar um cariz judicializado à instituição - bem como alguns cargos de direcção contra e regional, pensando, com isso, esvaziar os potenciais conflitos. Puro engano.
Não só a experiência demonstra que não é assim (vejam-se os casos de Mário Mendes vs Cunha Rodrigues, F. Negrão vs Cunha Rodrigues, Alípio Ribeiro vs Pinto Monteiro), como, formalmente, é hoje possível o director nacional da PJ ser um alto quadro da polícia.
Mas, o problema começa na incapacidade ou na falta de vontade para se modificar este estado de coisas. Incompreensivelmente, diria eu, já que a questão se arrasta desde há tempo suficiente.
Ocorre-me, a propósito das relações entre a PJ e o MP, lembrar o que dizia Cunha Rodrigues: «O MP não coordena. O MP ordena».
E, durante algum tempo, ainda se pensou que tal fosse possível.
A história recente vem demonstrar que se trata de uma impossibilidade.
Tudo a bem da Justiça e do combate sério ao crime, claro!