20090404

1 de Abril, com sabor retardado?

«Alberto Costa fez pressões em nome de Sócrates».

Quem é que acredita nisto? A. costa, com o seu passado insuspeito de Macau? Era lá capaz disso...

Prelúdio de uma hecatombe?

O facto de existirem divergências de interpretação sobre o que pode ser considerado uma «pressão» num processo criminal, é algo trivial nos dias que correm.
O que já não é normal é o PGR convocar magistrados para uma inédita «acareação» entre magistrados do MP que, ao que parece, têm uma divergência desse tipo.
Com o contornos e as consequências que se conhecem dessa iniciativa, ninguém poderá sair bem deste caso.
O que, no entanto, seria suicida, era o PGR estar a alinhar, mesmo inadvertida ou involuntariamente, numa jogada de descredibilização da investigação «Freeport». Mas é uma possibilidade.
Afinal, a substância do caso já ficou para segundo plano; se o 1.º ministro está realmente tão interessado «no esclarecimento rápido» do caso, porque não faz o que deve? Dispor-se a colaborar com a investigação, renunciando às prerrogativas de segredo bancário.
Ninguém o ouviu ainda a dizer que está disposto a isso. E talvez fosse um bom sinal.

20090401

Freeport: desafio decisivo para o Ministério Público

Neste País, as coisas costumam ser arder em lume brando, ou não fosse um País de «brandos costumes».
Adensa-se, no entanto, um clima semelhante ao que pairava nos "tempos de chumbo" do caso «Casa Pia», em que o condicionamento político-mediático dos agentes da Justiça, nomeadamente do Ministério Público, começa a ser insustentável. A confirmarem-se algumas das últimas notícias sobre a envolvente do Caso Freeport, os implicados no processo podem dormir sossegados, porque parece que o principal interesse é descredibilizar (uma vez mais, repetindo a receita «Casa Pia») os investigadores e a investigação.
Ignoro se esta insólita «acareação» teve algum resultado conclusivo. A finalidade da mesma pressupunha isso, sob pena de algum ou alguns dos envolvidos - todos eles magistrados - não estar a falar a verdade.
Ou então, tudo não passou de um equívoco - como se antevê mais conveniente -, devido à semântica traiçoeira da língua portuguesa. Para mais, um dos envolvidos na avalanche de insinuações e suspeições, só vem a terreiro porque o próprio PGR falou no seu nome.
Em todo o avolumar de pressões, interpretações, «sugestões» e interrogações, de que os jornais e televisões vão continuar a fazer eco, não é difícil concluir que se encontra sempre um elo mais fraco a sacrificar.
Ainda fico espantado é como, não tendo sido o Freeport um processo sujeito a segredo de justiça alguém se admire que sejam tão conhecidos e comentados os seus elementos.
Ou será que já estão arrependidos do regime da publicidade do processo penal que criaram e tanto incens(ar)am?
A publicidade é para tudo e para todos. Não é só para alguns.