20100227

Orlando Zapata Tamayo


A Orlando Zapata Tamayo, confesso que não o conhecia antes das notícias que o davam em estado crítico por causa de uma greve de fome de dissidência com o regime cubano.

Num tempo em que se incensam mitos como che guevara, fidel, chávez, e os seus regimes políticos, a morte de um dissidente político, por greve de fome, parece que já não é um facto relevante. Parece mesmo um facto insignificante, se não mesmo banal.

Como irrelevante tem sido a cobertura noticiosa do facto. O branqueamento destes factos são sintomáticos de um certo jornalismo que, à força de tentar «denunciar» os perigos do liberalismo económico, escondem violações de direitos humanos em sistemas políticos que rejeitam esse liberalismo, ou até as justificam.

Esse jornalismo não é só condenável; ele evidencia uma grande ignorância histórica e política, o que, por si só, já é muito perigoso, por se prestar a todos o tipo de manipulação.

Lembro-me do escândalo que foi a morte (também por certo lamentável, mas apesar de tudo, noutras circunstâncias) de Bobby Sands, no tempo de Margaret Thatcher.

Agora, nem se levantou um décimo da indignação de então. E, contudo, já passaram mais de 25 anos, presumindo-se que haveria outra sensibilidade. Não há.

Orlando Zapata Tamayo, descansa em Paz. O teu exemplo não será em vão.

1 comentário:

Helder Jayme HJ disse...

Com relação ao episódio do que aconteceu a Orlando Zapata, a greve de fome já não é um método eficiente de protesto, só para citar a rídicula greve de fome do ex governador Garotinho no Rio de janeiro, protestando contra a não indicação dele para concorrer a presidência do Brasil em 2002 e sem falar em Nelson Mandela que não precisou desse artifício para acabar com o apartheid.