20100517

«FMI» sem FMI

Parece-me que o Governo, tomado de pânico pelas oscilações erráticas dos «mercados», numa co-decisão "blitz" com o governo Zapatero, pretendeu tranquilizar os parceiros e investidores (leia-se "predadores") financeiros, para não exageraram nos juros da dívida pública.
Não só não o vai conseguir, como vai agravar a tendência recessiva da nossa economia, com as medidas de "austeridade" aprovadas, resultantes de um assustador autismo e de uma festiva irresponsabilidade em ano eleitoral, bem como de duas décadas de políticas financeiras e económicas delirantes, em que os ministros da Economia e Finanças - os mesmos que foram aconselhar (?) o presidente da República, outro ministro das ex-Finanças!!? - não perceberam o essencial: que a liberalização do comércio mundial e o fim das barreiras alfandegárias, e a aquisição da dívida pública, tonariam o Mundo refém da China. O cenário de ontem, é hoje uma realidade.
O Governo ainda não terá atingido esse patamar de constatação; talvez há um ano - como disse Campos e Cunha - já fosse demasiado tarde.
O doente vai provavelmente «morrer da cura».
Sim, acho que as medidas de "austeridade" tomadas não seriam exigidas pelo FMI.
Foram um impulso, tardio, inoportuno, inadequado e irreflectido.
Vamos pagá-lo muito caro.
E este é o mesmo Governo que agora apregoa a necessidade do «contributo de todos» num esforço patriótico, quando antes detinha as verdades absolutas, alienando a massa crítica da população que poderia, num outro projecto de poder, ter sido conquistada e protagonizar mudanças efectivas e reformar o que precisa(va) de ser reformado.
Não só as «reformas» foram um logro (Educação, PRACE, Justiça, Saúde, Emprego, Ensino Superior, SIADAP, Administração Pública, Fiscalidade, etc), como arriscaria dizer que tudo está pior do que em 2004.
Desgraçadamente...

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