20100930

FMI sem FMI

O governo português apresentou a factura do que tem sido a sua inconsciência e incompetência, ao definir cortes salariais dos trabalhadores da função pública e de despesas sociais, aumentos de impostos indiscriminados, e outros brindes que sairão muito caro ao País.
Não sei se algumas destas medidas de austeridade anunciadas pelo governo tivessem sido tomadas há mais tempo, seriam, agora, inevitáveis; os «mercados financeiros» (essa entidade abstracta) são impiedosos, não perdoam aos devedores perdulários, como tem sido o governo português. Por isso, o povo vai agora ter de pagar essa inconsciência e incompetência.
Receio é que o "doente vá morrer da cura", pois há análises que prevêem nova recessão em Portugal para breve, pelo que as projecções de receita podem, com grande probabilidade, sair furadas. Que vai haver contracção da economia, isso é seguro. Que os aumentos de impostos possam compensar essa contracção, é muitíssimo duvidoso.
Uma nota final: parece que a governação económica do País já escapou à nossa soberania; as agências de rating e os grupos financeiros internacionais entretiveram-se a espremer-nos sadicamente, conseguindo os objectivos de garantir os seus interesses, ante um governo apático, errático e incompetente. O FMI e a Comissão Europeia (cujo presidente é co-responsável por este «estado da nação», note-se) e a Chanceler alemã também se fartaram de avisar o governo
Porque não despedi-lo, com «justa causa»?

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