20071121

Manual on-line de auto-mutilação?

Este assunto dá que pensar.
A questão não pode ser reduzida a um problema de perseguição (eventualmente, até criminal) relativamente a sites do tipo «Automutilação: faça você mesmo». O problema é muito mais sério e vasto.
O ritmo a que vêm sucedendo fenómenos de «massacres escolares» ou seus preparativos, revela uma realidade subjacente, que é o descrédito dos jovens perante valores que vêm ser todos os dias flagrantemente violados, perante modelos que constantemente são contraditados.
Como lidar com a problemática dos jovens desesperados, deprimidos e desiludidos face às perspectivas sócio-profissionais que se lhes deparam?
Não pretendo dar respostas nem ser especialista na matéria: há «munto» especialista, desde o guru eduardo sá, ao institucional Daniel Sampaio.
Eles devem saber...

2 comentários:

Justa Causa disse...

multiculturalismo?

Justa Causa disse...

Uff!
Julguei que o mundo andava a ficar maluco até que no meio das disposições lunáticas da Lei 7/2006, de 03/03, que altera a não menos Chavístico-Nacionalista Lei 4/2001, de 23/02, dei com o seguinte:

Artigo 44.º-E. Excepções.
1 - O regime estabelecido na presente secção não é aplicável ao serviço de programas temáticos musicais cujo modelo específico de programação se baseie na difusão de géneros musicais insuficientemente produzidos em Portugal.

Eu já estava a imaginar a Antena 2 a fazer maratonas de Joli Braga Santos, a Rádio Europa Lisboa e a Rádio Classe do Montijo a fazer maratonas de Mário Laginha e a RFM a transmitir horas e horas seguidas de Jorge Palma e Xutos e Pontapés quando dei por aquela pequena peça de bom-senso.

Espero agora por uma nota equilibradora que consista na publicação de uma Lei que obrigue as emissoras estrangeiras captadas em Portugal a consagrar pelo menos 75% da sua programação ao fado produzido no respectivo país.
A não ser que lá no país delas não haja produção suficiente.

É engraçado. Uma das coisas estruturantes da nossa civilização é a universalidade da música.
As três grandes músicas, a clássica, o jazz e o rock and roll, são ouvidas comummente em toda a civilização ocidental. Em menor grau o tango. E o bolero entranhou-se de tal modo que já nem se dá por ele, é como o respirar.
É a nossa vertente universalizante.
A Europa dividida pelas diversas confissões cristãs soube unir-se na veneração da música protestante de Bach ou católica de Mozart.

Bendito artigo 44º.