20080517

O petróleo e o fumo

A humilhante e desastrosa viagem da comitiva oficial portuguesa à Venezuela constituiu o "ponto de viragem" na arrogância e no estilo plástico aprumado hipócrita do 1.º ministro pinto de sousa e do seu séquito.
É mau para a imagem de Portugal, mas a realpolitik do petróleo tudo consente.

Há um aspecto da tournée, ainda respeitante ao fumo no voo transatlântico, a que quero voltar.
Reconheço que, após algum estudo, a conduta é realmente ilícita. Porém, o infractor é o 1.º ministro. Que manda no ministro da economia. Que, por sua vez, manda no Inspector geral da ASAE. Que, por seu turno, também infringiu a lei no 1.º dia da sua vigência (e, relativamente ao qual, que se saiba, não teve quaisquer consequências).

Isto é o circuito fechado da impunidade.
Afinal, há uma casta de verdadeiros privilegiados (nunca contei poder defender isto, relativamente ao sr. pinto de sousa), que impõem aos cidadãos "comuns", leis que nunca tiveram intenção de cumprir.

1 comentário:

Justa Causa disse...

Desastrosa?
A ideia não era comprar tabaco, era comprar petróleo a preços de Realpolitik.
É penoso, é inquietante (não mais do que ouvir políticos, jornalistas, escritores, europeus, entoar loas ao pessoal do Hezbollah ou do Hamas), faz lembrar os anos trinta do século passado e o apeasement, o Dr. Fausto a vender a alma ao diabo, é triste, mas não vejo grandes alternativas.
Não é propriamente um segredo da culinária que os sapos sabem mal e custam a engolir.