20100130

Diversão industrial

Confesso que tenho simpatia por eles, os chamados empresários das diversões. Esta "nova classe profissional", agora descoberta pelos media, e que parece ter-se descoberto a si própria, no confronto com o poder.
Eles são uma espécie de sucessores dos saltimbancos medievos, dos funâmbulos e dos jograis. Agora, oferecem um serviço mais actualizado, mais mecânico. E, por isso, diz-se, mais perigoso. Mesmo que não haja tantos acidentes como na estrada, ou, sequer, tantos resultados aleatórios como num hospital.
Tenho saudades do circo (seria, inevitavelmente, o circo Mariano). Tenho saudades de quando andava de carrossel e de carrinhos de choque, sem que ninguém pensasse nos "perigos" e na qualidade dos materiais, ou nos riscos de curto-circuito. Sim, saudades da despreocupação da infância. Esses tempos não voltarão mais.
Agora, é o tempo das marchas lentas, monitorizadas e dispersadas pela polícia de trânsito.
Porque há empresários que insistem - anacronicamente, paradoxalmente, contra o sentido da mainstream - em oferecer os seus serviços. De diversão.

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