20061031

Lixo ocidental

Estava o Ocidente posto em sossego, nos finais do séc. XX, à espera de poder gozar tranquilamente os "direitos de 3.ª geração", de se dedicar à defesa do ambiente e das espécies em vias de extinção, quando, subitamente (ou nem por isso), se vê confrontado com a concorrência chinesa, com os novos perigos nucleares e com o cerco muçulmano.
Fernando Gil definiu, superiormente, a situação actual como um confronto, não entre civilizações, mas entre dois niilismos: o niilismo do conforto e o niilismo do martírio.

Outubro de 2006: 147 soldados americanos mortos no Iraque (o número mais alto de baixas mensais mortais após o Vietname), sem falar em feridos e estropiados.
Mas são mais, incomparavelmente mais, os mortos do «outro lado»: inocentes ou não.
Como sair do atoleiro?

2 comentários:

Justa Causa disse...

Não é exactamente verdade, ou antes, pode não ser.
Se é evidente na Europa em que uma cultura de laxismo e de multiculturalismo abriu o flanco ao pacifismo mais abjecto não será tão verdade nos EUA onde apesar de tudo há valores e as pessoas mostram disponibilidade de lutar por eles.
Independentemente dos enormes erros de julgamento no passado e no presente, como aquele engano de letra final em que alguém leu Iraq onde estava escrito Iran...
O problema é que o Ocidente se partiu. Os EUA estão pouco dispostos a arrastar «aliados» permanentemente dispostos a esfaqueá-los pelas costas. Não nos podemos esquecer dos discursos de alguns líderes europeus logo após o 11 de Setembro, das atitudes do Sr. Schoeder (que agora faz elogios à democraticidade do seu patrão, o Sr. Putin) do Sr. Chirac, do fantástico Rodriguez de aqui ao lado. Não nos podemos esquecer porque os americanos, eles, não esquecem.
Por outro lado os próprios EUA parecem estar a abrir as portas à Realpolitik dos tempos do Sr. Kissinger, que de desastre em desastre levou ao estado a que chegámos.
A nossa civilização suicidou-se por falta ed valores, está na altura de pensar seriamente em fugir para fora do alcance dos mísseis iranianos porque o pessoal não parece com disponibilidade para sequer querer perceber o perigo em que se encontra.
O recrudescer das actividades iranianas em relação ao exército dos EUA tem a haver com as eleições, é a maneira de os Aiatollahs votarem. E podem ganhar as eleições, como ganharam no Reino de Espanha.

Justa Causa disse...

http://www.tsf.pt/online/internacional/interior.asp?id_artigo=TSF174880