20081109

O autismo da ministra da Educação e o bloqueio da Escola Pública

A ministra da educação - cuja assombrosa carreira profissional e académica faz qualquer frequentador das Novas Oportunidades presumir que poderá chegar a catedrático de qualquer área - não deve andar no seu perfeito juízo, para dizer que a avaliação só exige dos professores o preenchimento de uma ficha (de duas folhas), para definição de objectivos, e outra, no final do ano, para avaliação de resultados (não se sabe de quantas folhas).
Das duas, uma: ou está a gozar com os professores, dizendo uma inverdade no que toca às exigências formais do processo de avaliação; ou está a gozar com a população, ao pretender convencer que um tal «processo de avaliação» é a tal coisa séria que anda a propalar.

O que se passa, neste momento, nas Escolas é mais um capítulo do triunfo dos clichés da «eficiência» e da «produtividade» pela pretensa avaliação dos educadores, que deixam de ter tempo para ensinar, em função da carga inutilmente burocrática.
É mais uma teimosia inqualificável de um poder político (que interpreta deficientemente a legitimidade da maioria democrática) que «divide para reinar», desacreditando, vilipendiando e menosprezando uma classe profissional de crucial importância no desenvolvimento do País.

O que conta são as estatísticas, os resultados martelados, as políticas improvisadas e irreflectidas, as medidas de «navegação à vista».

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