Maria José Morgado foi encarregada, pelo Procurador-geral da República (seu superior hierárquico), de coordenar o material que ainda sobrou do processo «Apito dourado».
O modelo é novo, ou melhor, inovador, uma vez que aparece uma magistrada com poderes plenipotenciários para coordenar matéria processual em investigação respeitante a diversas comarcas (já houve os casos da JAE, dos hemofílicos, do Ministério da Saúde, mas tudo relativamente a situações ocorridas em Lisboa). Aparentemente, é um "mini-dciap" à margem do DCIAP.
Não concordo com a leitura que vai fazendo carreira, de ter sido um «presente envenenado», para acabar de vez com veleidades de protagonismo de MJM. Acho que é uma mulher suficientemente inteligente e informada para perceber que o futebol e a sua corrupção é coisa menor. E que a sua indigitação poderá fazê-la aproveitar um oportunidade. A de passar do sub-mundo do futebol para as mais sérias e preocupantes maquinações das autarquias, das obras públicas, do financiamento dos partidos, enfim, a corrupção a sério, a que pode pôr em crise o Estado e os interesses dos cidadãos.
Duvido que consiga alcançar esse objectivo (e nem sei se é esse o seu propósito), pois, aí, os escolhos são verdadeiramente delicados e a opacidade é de monta. Não se esqueça, aliás, que sobre o processo «Apito dourado» paira uma espada de dâmocles - a hipótese da inconstitucionalidade orgânica do diploma da corrupção desportiva - para além das proverbiais embrulhadas originadas pelos «mega-processos», com o folclore do circo mediático e seu aproveitamento pelos envolvidos e pela mais que provável eternização.
MJM, aceite um bom conselho: não tenha ilusões, não se deixe enredar em lances manhosos de arbitragem e, sobretudo, perder tempo a ler relatos de profissionais de alterne.
20061221
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